segunda-feira, 22 de março de 2010

A alma palestrina ou What are you made of, Diego Souza?

A torcida do Corinthians se orgulha de ser uma torcida que tem um time. De fato, no DNA do time da Marginal sem número existe aquela coisa de estarem sem grandes jogadores e um técnico mediano e ainda assim alguma coisa acontece e eles se tornam imbatíveis...Tudo bem que isso mudou um pouco da segunda metade da década de 90 para cá, mas o corinthiano padrão é aquele que respeita Sócrates e idolatra Biro-Biro...
O Santos, por sua vez, só fica do seu próprio tamanho quando os garotos sobem da base. Vimos muitos times de medalhões formados na Vila Belmiro não darem em nada, e nunca esqueceremos das diversas gerações de "meninos da vila" representadas por Joari e João Paulo no fim dos anos 70, de Robinho e Diego no começo desse século e, claro, dos atuais Paulo Henrique Ganso e Neymar...
Como estou falando das almas dos times de futebol, não vou falar nada sobre o povo do Jardim Leonor. O brilhante Barneschi pode explicar melhor do que eu a razão...
E a alma palestrina ?
Acompanhando a mídia palestrina ( conjunto de blogs que cobrem visceralmente as coisas objetivas e subjetivas do Palmeiras) pude ler algo que intuitivamente já sabia: somos bipolares.
Não existe Palmeiras mediano, aos olhos do palmeirense: ou somos os melhores (como de fato fomos, nos tempos da Academia - onde só nós parávamos o Santos de Pelé) ou os piores. Ou somos o John Wayne ou somos o excremento do cavalo do bandido no bang bang da bola.

Além de bipolares, somos dependentes. Dependemos de um ídolo. De uma pessoa que nos simbolize dentro do campo e , em um exercício de retroalimentaçao, seja o nosso representante no campo de batalha. Oberdan Cattani, Julinho Botelho, Ademir da Guia, César Maluco, Edmundo, Evair, Luis Felipe Scolari, Marcos...

Acreditamos nesses últimos anos que esse nome seria o de Diego Souza. Mas falta-lhe algo. Ele sabe jogar futebol. O que ele não sabe é ser a locomotiva do trem-bala palmeirense. Não é algo que se possa responsabilizá-lo e nem a quem o escala. A resposta sincera ao "what are you made of, Diego Souza?" seria decepcionante a quem quer vê-lo no panteão de heróis que citei.

*ps.: Adoraria reler esse texto no fim do ano e perceber que estava errado.

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